O placar que deve dominar a Câmara de Tijucas em 2026 já está desenhado: sete governistas contra cinco oposicionistas. Com a base de Maickon Campos Sgrott (PP) finalmente “assumida”, o próximo calendário legislativo dará à oposição o tempo - e a vitrine - para mostrar a que veio.

Mas nem tudo é tão simples. O maior nó está no PL, partido que vive o dilema do “ser ou não ser”. Parte da sigla faz oposição declarada; outra navega com tranquilidade no governo. Uma convivência esquizofrênica que tende a cobrar seu preço.
A eleição da mesa diretora serviu como fotografia do momento. Ainda que o rito tenha sido conduzido como votação, foi o próprio Sgrott quem, nos bastidores, escancarou quem é quem. Os votos que elegeram Flávio Henrique Souza (MDB) tiveram mais valor simbólico do que decisório. Tudo aconteceu antes.

A mesa ficou claramente dominada pela base: Júlio César Bucoski (PP) na vice-presidência, Nadir Olindina Amorim (PSD) como primeira secretária e Maurício Poli (União) como segundo secretário. Votaram com eles Écio Hélio de Melo (PL), Maria Edésia Vargas (PP) e Paulo Cesar Pereira (PSD). Esses nomes, hoje, são fiéis a Sgrott.
A incógnita atende pelo nome de Cláudio Eduardo de Souza (MDB). Ex-presidente da Câmara, foi candidato à presidência, mas votou com o governo na composição da mesa. Fica para 2026 a revelação: independente, governista ou opositor?
Do outro lado, a oposição fez questão de posar para a foto, literalmente. Renato Laurindo (PL), Esaú Bayer (PL), José Vicente de Souza e Silva (PL), Fabiano Morfelle (MDB) e Lizandra Dadam marcaram posição e registraram nos stories: “grupo da oposição”. Mas é aí que a conta começa a não fechar.

O PL, maioria entre os oposicionistas, ocupa cargo no governo municipal. Erivelto Leal dos Santos comanda a Fundação de Esportes. E há ainda o fator Écinho. Écio Hélio de Melo (PL) não acompanha a bancada nas votações e sequer votou no candidato do próprio partido para a presidência da Câmara. Nos bastidores, houve quem falasse em infidelidade e até em expulsão.
O problema é maior. Maickon Sgrott se aproxima cada vez mais de Jorginho Mello (PL) e ensaia, sem muito pudor, uma futura filiação. Se isso se confirmar, os liberais locais enfrentarão a clássica “escolha de Sofia”: sair do partido ou conviver com alas conflitantes sob o mesmo guarda-chuva.
Por ora, dirigentes admitem que será preciso “engolir seco” o dilema até a eleição estadual, já que o foco imediato é Jorginho. Mas depois disso, ninguém garante harmonia.
Seja como for, uma coisa é certa: 2026 promete. E Tijucas será um laboratório político interessante de observar - voto a voto, gesto a gesto.