Um dos principais corredores rodoviários do Sul do Brasil concentra pontos críticos de acidentes e acende um sinal de alerta para motoristas que circulam pelo Litoral Norte catarinense. Trechos da BR-101 que passam por Itapema e Balneário Camboriú figuram entre os mais perigosos do país, segundo mapeamento recente da Polícia Rodoviária Federal.

O levantamento da PRF, que analisou ocorrências entre 1º de janeiro e 30 de novembro deste ano, identificou que o trecho do km 130 ao km 140 da BR-101, em Balneário Camboriú, aparece na sexta posição do ranking nacional de acidentes, com 65 registros no período. O dado reforça a preocupação com a segurança viária em uma das áreas mais movimentadas do litoral catarinense, especialmente durante a alta temporada.
A rodovia também é fundamental para o acesso a Itapema, município diretamente impactado pelo fluxo intenso de veículos que se deslocam entre o Norte e o Sul do Estado. A BR-101 atravessa a cidade e funciona como eixo principal de ligação regional, o que amplia a exposição a riscos, sobretudo em períodos de maior movimento turístico.
No cenário estadual, Santa Catarina concentra sete dos 20 trechos com maior número de acidentes no Brasil. Seis deles estão localizados na BR-101 e um na BR-282. No ranking nacional, os dois primeiros colocados também ficam em território catarinense: entre os quilômetros 200 e 210, em São José, com 112 acidentes, e entre os quilômetros 210 e 220, também na Grande Florianópolis, com 94 registros.

Em todo o país, a PRF mapeou 118 pontos considerados perigosos, sendo 32 apenas na BR-101. Santa Catarina, Paraná e Minas Gerais lideram a lista dos estados com maior concentração desses trechos críticos.
Segundo a PRF catarinense, um dos fatores que contribuem para o elevado número de acidentes é a transformação da BR-101 em uma via com características urbanas. Uma rodovia projetada para tráfego rápido e transporte de carga passou a absorver deslocamentos locais, circulação de motoristas de aplicativos, entregadores e tráfego de bairros próximos.
A corporação também aponta que a predominância de rodovias não duplicadas no estado favorece colisões frontais, além da escassez de rotas alternativas e das características geográficas de Santa Catarina, marcada por áreas de serra e relevo acidentado. Esses fatores, combinados, aumentam a complexidade da circulação e exigem atenção redobrada dos condutores.