Faltam nove dias para a gestão de Maickon Campos Sgrott (PP) completar um ano. Tempo suficiente para acumular marcas, abrir frentes, administrar crises e construir uma base política confortável na Câmara. O pacote inclui uma enchente logo na largada, reformas estruturais, mudanças na equipe e um discurso de comando cada vez mais centralizado.

Entre a promessa do reposicionamento da Praia do Pontal Norte e as reformas Previdenciária e Tributária, o ano foi de decisões que buscaram imprimir identidade ao governo. Logo no início do mandato, Sgrott colocou a praia no centro da agenda, anunciou o que pretendia fazer e iniciou a limpeza da área. Em fevereiro, veio o projeto de dragagem do Rio Tijucas e a construção de um molhe. Meses depois, outro molhe entrou no radar. No fim do ano, a pauta ganhou novo capítulo com a autorização conjunta, ao lado de Porto Belo, para estudos do molhe do Rio Santa Luzia, na outra extremidade da cidade.

As chuvas intensas entre janeiro e fevereiro expuseram velhos problemas: drenagem deficiente e o crônico desabastecimento de água. A resposta do governo veio com o anúncio de uma nova adutora e a troca no comando do Samae. As intervenções se estenderam ao longo do ano, culminando em ações direcionadas a pontos considerados mais vulneráveis da rede.

No trânsito, ajustes pontuais no fluxo e reforço no efetivo do Ditran. No pacote da segurança viária, entrou também o anúncio da criação da Guarda Municipal. Ainda em fevereiro, Sgrott puxou o freio de gastos. Determinou o contingenciamento de 25% das despesas, medida apresentada como necessária para manter o equilíbrio fiscal e garantir os serviços essenciais até o fim do exercício.

Na educação, o município assumiu o controle da Escola Alexandre Ternes Filho, no bairro Joáia, antes sob gestão do Estado. Em outubro, foi assinada a ordem de serviço para a primeira escola municipal de tempo integral. Novembro trouxe a retomada das obras da Escola Professora Ondina Maria Dias, paralisadas por decisão judicial, além da autorização para ampliação da Escola Santa Terezinha, com oito novas salas.

Em dezembro Tijucas recebeu a certificação Ouro em Transparência Pública, com 85,11% de índice e todos os itens essenciais atendidos no ciclo 2025 do Programa Nacional de Transparência Pública. Um carimbo técnico que a gestão tratou de capitalizar politicamente.

Ao longo do ano, Maickon assumiu para si o papel de rosto e voz do governo. Foi protagonista nos anúncios, respondeu diretamente às polêmicas, participou de sessões da Câmara e esteve pessoalmente em comunidades afetadas por problemas de infraestrutura. No pano de fundo, estreitou laços com o governador Jorginho Mello (PL) e ensaia, uma futura mudança partidária, movimento que deve ganhar forma quando a janela permitir.