A divulgação de um vídeo que embasou o indiciamento de um sacerdote por importunação sexual levou ao afastamento imediato dele da presidência de uma entidade assistencial que tem sede em São João Batista. A medida foi anunciada ainda na noite de quinta-feira (18), enquanto o caso segue em apuração na esfera judicial.

A decisão partiu da diretoria da Associação Educacional e Assistencial da Comunidade Bethânia, que informou que o afastamento do padre Vicente de Paula Neto vale até que haja novas definições sobre o andamento do inquérito policial. Durante esse período, a presidência da entidade passa a ser exercida interinamente pelo vice-presidente, padre Waldomiro Lúcio Tardivo Filho.

O afastamento ocorre após a publicação, na tarde de quinta-feira, de um vídeo de quase nove minutos utilizado pela Polícia Civil como uma das principais provas no inquérito. As imagens, registradas por câmeras de segurança de um estabelecimento comercial, mostram o sacerdote tocando as partes íntimas por cima da roupa em diferentes momentos. O material foi divulgado inicialmente pelo jornal O Município.

Decisão ocorre após divulgação de vídeo usado como prova pela Polícia Civil; cargo passa a ser ocupado interinamente pelo vice-presidente. Fotos: O Município/Divulgação

Um dia antes da divulgação do vídeo, a Comunidade Bethânia havia se manifestado publicamente reafirmando confiança no sacerdote. No entanto, após ter acesso ao conteúdo das imagens e a novos detalhes da investigação, a entidade emitiu uma nova nota e deliberou pelo afastamento do padre da função administrativa.

Em depoimento à Polícia Civil, o padre alegou que os gestos registrados nas imagens ocorreram em razão de coceira e negou conotação sexual. Após análise das imagens, relatos e documentos reunidos, a Polícia Civil concluiu pelo indiciamento pelo crime de importunação sexual, cuja pena prevista pode chegar a cinco anos de prisão.

A Diocese de Guarapuava, à qual o sacerdote está vinculado, também se manifestou antes da divulgação do vídeo. Em nota, informou que acompanha o caso e esclareceu que o padre ainda não está incardinado na diocese, atuando no município. Após a divulgação das imagens, a reportagem tentou novo contato com a Diocese para atualização do posicionamento.

Em nota oficial, a Comunidade Bethânia afirmou que a medida foi adotada em observância às normas legais e ao estatuto social da associação, destacando que todas as atividades, obras e projetos sociais seguem funcionando normalmente.