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Ciclone que causou impactos nos últimos dias se afasta do estado

Os maiores volumes de chuva foram registrados na região da Grande Florianópolis

Por Daianny Camargo
13/12/2025 09:54:39

Esta semana foi marcada pela atuação de um ciclone, que se formou entre os estados de Santa Catarina e do Rio Grande do Sul, trouxe chuvas intensas e rajadas de vento em diversas regiões do estado catarinense, principalmente entre a terça (09) e a quarta-feira (10). O sistema pode ser visualizado na imagem do satélite abaixo (Figura 1), pelas áreas esbranquiçadas em formato semelhante a um espiral.

 

Figura 1: Imagem do satélite GOES-19 (canal visível) no dia 10 de dezembro de 2025 às 15h00, horário local. Fonte: SDC/SC.

CHUVAS INTENSAS NA TERÇA-FEIRA

No Grande Oeste catarinense a chuva iniciou na madrugada da terça-feira (09), mas as áreas mais impactadas foram as mais próximas do litoral, onde a chuva ganhou força no início da manhã deste mesmo dia. Os maiores volumes de chuva foram registrados na região da Grande Florianópolis, onde alguns municípios registraram valores acima de 100 mm em apenas 6 horas (Figura 2).

Figura 2: Distribuição espacial da chuva acumulada entre os dias 08 e 09 de dezembro de 2025, em Santa Catarina. Dados:  Epagri/Ciram, DCSC, ANA e INMET. Arte: Defesa Civil de Santa Catarina.

 

O destaque ficou para o município de Santo Amaro do Imperatriz e Palhoça, que registraram 146 mm e 130 mm em apenas 6h, respectivamente (Tabela 1). Isso representa a chuva de todo o mês de dezembro em um curtíssimo período de tempo.

Tabela 1: Maiores acumulados de chuva registrados entre os dias 08 e 10 de dezembro de 2025. Fonte: Dados das estações meteorológicas da SDC/SC, Epagri, Cemaden e INMET.

Esse volume tão elevado em um curto período de tempo provocou enxurradas generalizadas no município de Palhoça. Nas imagens da Figura 2, é possível observar ruas completamente alagadas, com a água invadindo casas e gerando prejuízos materiais, riscos à saúde e o isolamento de diversas famílias.


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Figura 3: Imagens dos danos causados pela tempestade no município de Palhoça nesta terça-feira (09). Fonte: Imagens divulgadas na imprensa.

RAJADAS DE VENTO – QUARTA-FEIRA

Na quarta-feira (10), com o afastamento do ciclone em direção ao alto mar, entre a costa do Rio Grande do Sul e Santa Catarina, as chuvas diminuíram na maior parte do estado. Ainda assim, persistiram resquícios de instabilidade e umidade, que provocaram pancadas de chuva passageiras entre o Planalto Sul, Litoral Sul, Grande Florianópolis e Vale do Itajaí. Entre o Litoral Sul e Grande Florianópolis, foram observados pontos de alagamento.

Além disso, os ventos de quadrante oeste ganharam força em todas as regiões na quarta, com velocidades entre 40 e 60 km/h na maior parte do estado (conforme Tabela 2). A rajada mais intensa foi registrada em Urupema, com velocidade de 108 km/h. No Litoral Norte, o município de Jaraguá do Sul registrou ventos de quase 80 km/h. 

Tabela 2: Maiores rajadas de vento registradas no decorrer da quarta-feira (10). Fonte: Dados das estações meteorológicas da Epagri.

Estas rajadas de vento também trouxeram transtornos relacionados a queda de árvores, danos na rede elétrica e destelhamentos em diferentes pontos do estado, como é possível observar no mosaico abaixo:


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Figura 4: Imagens dos danos causados pelas rajadas de vento nos municípios de (a) Canoinhas; (b) Palmeira; (c) Garuva; (d) Schroeder nesta quarta-feira (10). Fonte: Defesa Civil de SC

TEMPO ENSOLARADO E AGITAÇÃO MARÍTIMA – QUINTA-FEIRA

Com o afastamento do ciclone para alto mar, o tempo voltou a ficar firme e ensolarado em toda Santa Catarina. As temperaturas ultrapassaram os 30°C, e a sensação foi de bastante calor no estado, especialmente nas regiões litorâneas e no Vale do Itajaí.

Apesar do tempo firme, o sistema ainda influenciou as condições de mar ao longo do dia. A quinta-feira foi marcada por agitação marítima e elevação das marés, o que provocou alagamentos em áreas costeiras, incluindo a região do Rio Tavares, na capital — uma condição atípica para esta época do ano. A situação só não se agravou devido à fase da lua, que não favoreceu picos de maré ainda mais significativos.

 

 

Meteorologistas: Nicolle Reis e Caio Guerra

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