A quarta-feira (26) começou agitada em Brusque e outras cidades do Vale. Logo cedo, o GAECO — grupo especializado do Ministério Público — deflagrou a operação “Carga Oca”, que investiga um suposto esquema de fraude no fornecimento de macadame para a Secretaria de Conservação e Manutenção Urbana (SEURB) de Blumenau, entre 2022 e 2024.

A ação passou por Blumenau, Gaspar, Brusque e Pomerode, onde foram cumpridos 16 mandados de busca e apreensão. Durante as batidas, as equipes encontraram 50 mil dólares, R$ 80 mil em dinheiro vivo, além de documentos e materiais que agora seguem para análise da Polícia Científica.
Segundo o Ministério Público, auditorias apontam para uma associação ilegal formada por empresários, servidores públicos e até um ex-gestor da SEURB. A turma teria simulado entregas de macadame, mexido em registros e autorizado pagamentos que não deveriam ter sido feitos. O rombo estimado passa dos R$ 3 milhões, com sinais de que parte do dinheiro foi escondido por meio de terceiros.
Como medida imediata, dois servidores foram afastados e os contratos entre a prefeitura e as empresas investigadas ficaram suspensos. Em um dos endereços, um dos investigados reagiu armado, mas acabou preso após intervenção do GAECO. Ninguém ficou ferido.

O nome da operação não veio à toa: “Carga Oca” se refere justamente ao que a investigação aponta — caminhões registrados como se estivessem transportando macadame, mas que, segundo imagens e registros logísticos, andavam vazios ou nem circulavam.
Todo o material apreendido vai passar por perícia, e os laudos devem aprofundar ainda mais o caso. Por enquanto, o processo segue em sigilo.