O avanço do projeto que pretende transformar a relação de São João Batista com seus rios começa a ganhar contornos mais concretos. A licitação aberta para contratar a empresa responsável por elaborar todas as soluções de macrodrenagem e o projeto da futura Avenida Beira Rio, considerada a obra mais importante para enfrentar as enchentes, teve abertura dos envelopes marcada para 30 de outubro de 2025, embora o portal oficial ainda registre o processo como “aguardando abertura”. De acordo com informações oficiais, a contratação está em fase de recursos e após vencido os prazos o vencedor será divulgado.

São João Batista avança na licitação que vai definir a empresa responsável por criar o projeto completo de macrodrenagem e da nova avenida às margens dos rios Tijucas e Rio do Braço.
A disputa atraiu duas proponentes, entre empresa individual e consórcio, para assumir uma das consultorias técnicas mais complexas já realizadas pelo município. A elaboração do projeto marca o primeiro passo de uma ação estrutural decisiva após três grandes enchentes em apenas um ano e meio, incluindo o maior evento já registrado, em dezembro de 2022, quando o Rio Tijucas chegou a 9,18 metros.
A contratação prevê um pacote completo de estudos, levantamentos e modelagens hidráulicas que vão servir de base para todas as intervenções futuras. O objeto é dividido em duas frentes. A primeira envolve soluções de macrodrenagem urbana, com uso de tecnologia avançada, como LiDAR aéreo para mapeamento do terreno, sondagens de solo e modelagem hidrodinâmica 1D/2D para simular diferentes cenários de cheia. A etapa também inclui projetos de contenção, correção de margens e dragagem dos cursos d’água.

A segunda frente contempla o projeto da Avenida Beira Rio, que será ao mesmo tempo eixo viário e solução ambiental, com cerca de 6 km de extensão projetada e mais de 2 km em trecho prioritário. A via integrará mobilidade, drenagem e qualificação urbana, com intervenções planejadas para reduzir riscos, valorizar a área ribeirinha e reordenar o trânsito.

Todo o trabalho terá prazo de 12 meses após a assinatura da ordem de serviço, e foi estruturado com julgamento por técnica e preço, priorizando empresas com expertise comprovada em engenharia hidráulica fluvial e urbanismo. A urgência é reforçada pelo histórico recente: além da cheia recorde de 2022, o município enfrentou novos picos de inundação em 2023 e 2024, o que afetou centenas de moradores e acentuou o assoreamento das margens.