O avanço do mercado imobiliário ganhou força inédita e se tornou o principal motor da economia local ao longo de 2025. A movimentação intensa de compra e venda de imóveis elevou receitas, alterou projeções e reposicionou Tijucas no mapa de valorização imobiliária de Santa Catarina. Com o cenário aquecido, a cidade já executa 94,27% de todas as receitas previstas para o ano, índice alcançado antes mesmo do encerramento do exercício.
De acordo com o demonstrativo financeiro acessado pela reportagem do TopElegance, o município estimava arrecadar R$ 349,3 milhões em 2025, mas já atingiu R$ 329,3 milhões, ritmo acima do registrado em cidades vizinhas. O resultado é influenciado pela ampliação do setor de serviços, pelo aumento das transferências federais e estaduais e, sobretudo, pela força das transações imobiliárias, que elevaram Tijucas ao patamar de novo polo de crescimento da região.
Explosão nas vendas de imóveis impulsiona receitas municipais e consolida cidade como novo polo de valorização no Estado. Fotos: Divulgação
O imposto que mais evidencia essa expansão é o ITBI, que atingiu 137,20% da meta anual. Foram R$ 11,6 milhões arrecadados apenas no período analisado. O salto decorre do volume extraordinário de transferências de propriedades, regularizações e aquisições, num contexto em que a cidade já é vista como a “bola da vez” por investidores. O município está cercado por quatro das cinco cidades que mais valorizaram no Brasil nos últimos anos, e especialistas afirmam que Tijucas ainda possui terrenos mais acessíveis e alto potencial de ganho. Projeções internas apontam que, mantido o ritmo de expansão, a população pode alcançar 100 mil habitantes nos próximos anos.
O Imposto sobre a Transmissão de Bens Imóveis, conhecido como imposto sobre transferência de imóveis, é um tributo obrigatório cobrado pelos municípios sempre que ocorre a mudança de propriedade de um imóvel entre pessoas vivas, isto é, uma compra, venda ou doação que não envolve herança. Ele incide sobre casas, apartamentos, terrenos, salas comerciais e outros tipos de imóveis, e só após o pagamento desse imposto a transferência pode ser registrada oficialmente em cartório. Por sua natureza diretamente ligada ao volume de transações imobiliárias, o imposto é um dos principais indicadores da força e do ritmo do mercado de compra e venda de imóveis em uma cidade.
OUTROS SETORES BENEFICIADOS
O avanço imobiliário impulsiona setores complementares. O ISS atingiu 131,75% da meta, somando R$ 23 milhões em serviços e mais R$ 230 mil em multas e juros. A COSIP registrou crescimento incomum, arrecadando 235% do previsto, impulsionada pela abertura de novos loteamentos. O fundo previdenciário PREVISERTI obteve ganhos expressivos: foram R$ 14,38 milhões em juros e aplicações. Já o SAMAE permanece como uma das maiores fontes de receita própria, com R$ 13,7 milhões em água residencial e R$ 5,39 milhões em esgoto.
As transferências estaduais e federais também contribuíram para o bom desempenho financeiro: ICMS (115%), FPM (109%), FUNDEB (100%) e royalties do petróleo (R$ 6,93 milhões) mantiveram o caixa estável. O IPTU somou R$ 8,2 milhões em arrecadação direta, mas registrou mais de R$ 2 milhões em descontos e R$ 1,4 milhão em dívida ativa, reflexo de desafios relacionados à inadimplência.
Mesmo com gargalos pontuais, como a dívida ativa de taxas, especialmente em licença comercial vencida (R$ 184 mil) e execução de obras (R$ 138 mil), o conjunto dos indicadores mostra que Tijucas vive seu momento econômico mais robusto em anos. O ritmo de crescimento, sustentado por um mercado imobiliário aquecido e forte entrada de receitas próprias e transferências, projeta um fechamento de 2025 acima das expectativas e reforça a capacidade de investimento do município.
