Política

Carlos Bolsonaro, De Toni e Amin: prefeitos da região em sinuca de bico com racha

Nessa semana, disputa ganhou novo capitulo com Carlos reforçando apoio a De Toni.

Por Redação D
19/11/2025 19:00:16

A corrida por uma vaga ao Senado transformou-se em um problema direto para os prefeitos do Vale do Rio Tijucas e Costa Esmeralda, que passaram de apoiadores confiantes de um projeto político a peças pressionadas em um tabuleiro redesenhado pela cúpula estadual. O que começou como alinhamento quase unânime a um nome hoje se converte em cenário de incerteza, recuos calculados e silêncio estratégico.

O estopim da tensão foi a disputa interna no Partido Liberal em Santa Catarina pela indicação ao Senado em 2026, envolvendo Caroline De Toni, Carlos Bolsonaro e a composição majoritária defendida pelo governador Jorginho Mello, que incluiu também o senador Esperidião Amin, do PP. A princípio, prefeitos da região se posicionaram em bloco em defesa de De Toni, vista como a candidata natural do campo bolsonarista catarinense e com forte penetração no eleitorado conservador da região.

 

Acordos desfeitos, promessas contrariadas e mudança de rumo na cúpula estadual colocam lideranças do Vale do Rio Tijucas e Costa Esmeralda no meio da crise, obrigadas a recalcular apoios em meio à disputa interna pela candidatura ao Senado.

 

Em encontros realizados em Itapema e Governador Celso Ramos, lideranças como Maickon Campos Sgrott (PP), prefeito de Tijucas; Diogo Francisco Alves Maciel (PL), prefeito de Canelinha; Joel Orlando Lucinda (MDB) e o vice-prefeito Ailto Neckel de Souza (PL), de Porto Belo; Carlos Alexandre “Xepa” de Souza Ribeiro (PL), prefeito de Itapema; e Alexandre da Silva (PSD), prefeito de Bombinhas, manifestaram apoio explícito à deputada federal. O movimento foi lido, à época, como um gesto de alinhamento político e também de sintonia com a base eleitoral da região.

 

Em encontros realizados em Itapema e Governador Celso Ramos, lideranças do Vale do Rio Tijucas e da Costa Esmeralda declararam apoio para Carol De Toni. Movimento foi realizado antes de eclodir a polêmica entre Jorginho, Carlos e De Toni.

 

MUDANÇA DE CENÁRIO

O tabuleiro mudou quando o governador Jorginho Mello tornou pública a preferência por uma chapa com Carlos Bolsonaro para o Senado e Esperidião Amin ocupando o segundo espaço majoritário, deixando a De Toni apenas elogios, mas sem a vaga prometida. O anúncio caiu como um choque entre os prefeitos que haviam se alinhado à deputada, pois deslocou o eixo de lealdade: de um lado, a figura que personifica o discurso ideológico defendido na região; de outro, o chefe do Executivo estadual, responsável por obras, recursos e articulações administrativas.

Os prefeitos seguem, ao menos no discurso público e até agora, fiéis à escolha original pela deputada, mas em silêncio. O movimento, porém, precisa conviver com o peso da decisão do governador, que tratou Carlos Bolsonaro como “candidato natural” ao Senado ao destacar sua liderança em pesquisas internas e encaixar Amin como parceiro de chapa, reservando ainda a vaga de vice-governador ao MDB.

 

 

AÇÃO E REAÇÃO

O conflito ganhou novos capítulos quando Caroline De Toni reagiu em entrevistas, afirmando que manterá o projeto de disputar o Senado mesmo que tenha de deixar o PL, e lembrando que a vaga teria sido prometida pessoalmente por Jorginho em encontro na residência dela. Paralelamente, Carlos Bolsonaro divulgou vídeo nas redes em que declara pretender “quebrar barreiras junto” com a deputada, gesto que, em vez de pacificar, ampliou a tensão entre a base do governador e a ala mais fiel à parlamentar.

Nos bastidores, circula entre aliados de De Toni a hipótese de migração partidária, com menções ao Novo e a eventual alinhamento com outras candidaturas ao governo, caso o PL mantenha o desenho da chapa sem espaço para ela. 

 

 

NOVO ROUND

O embate interno do PL tevem nova fase nesta semana após declarações de Carlos Bolsonaro (PL-RJ), que reafirmou publicamente o apoio à candidatura de Caroline de Toni (PL-SC) ao Senado e lançou dúvidas sobre o cumprimento de um acordo político firmado com o governador Jorginho Mello (PL). Em entrevista ao colunista Paulo Capelli, do portal Metrópoles, divulgada nesta quarta-feira (19), o vereador sugeriu que Mello poderia estar rompendo a composição previamente alinhada para a majoritária de 2026, intensificando a disputa dentro da própria sigla.

Segundo Capelli, Carlos Bolsonaro afirmou que o desejo da família, especialmente do ex-presidente Jair Bolsonaro,  é de que o PL lance a dupla formada por ele e Caroline de Toni ao Senado. Ele disse ainda que o apoio permanecerá mesmo que a deputada tenha de deixar o partido para manter sua candidatura. De acordo com o vereador, o acordo original previa que Jair Bolsonaro escolheria um dos nomes e Jorginho Mello, o outro. O ex-presidente teria optado pelo filho, enquanto o governador teria indicado a própria Caroline de Toni para compor a chapa.

 

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