A Polícia Civil de Santa Catarina, por meio da Delegacia de Repressão ao Racismo e a Delitos de Intolerância (DRRDI), cumpriu na manhã desta sexta-feira (10) dois mandados de busca e apreensão expedidos pelo Juízo da Vara Regional de Garantias de Balneário Camboriú/SC.
Fotos: DeicSC
A Operação Eagle foi deflagrada para apurar a prática, em tese, do crime de racismo previsto no artigo 20, §1º, da Lei nº 7.716/1989, que trata da apologia ao nazismo, além de outras infrações penais conexas.
Segundo a investigação, há robustos indícios de que o investigado, servidor público vinculado à Diretoria de Trânsito de Tijucas (DITRAN), possua ideais neonazistas.
As diligências começaram a partir de uma denúncia anônima e revelaram elementos que evidenciam apologia ao nazismo, como:
posse de objetos com o símbolo SS (Schutzstaffel), organização paramilitar ligada ao Partido Nazista;
criação do brasão do DITRAN com uma águia preta sobre uma estrela de xerife, semelhante à Reichsadler, símbolo utilizado na Alemanha Nazista;
uso de simbologia em redes sociais, como a imagem do lobo Fenrir, associada a movimentos supremacistas brancos, e a postagem de um crânio com o símbolo do “Sol Negro”, de vínculo direto com o nazismo;
utilização do símbolo Valknut, três triângulos entrelaçados frequentemente usados por grupos supremacistas brancos e neonazistas.
Os mandados foram cumpridos na residência e no local de trabalho do investigado, na DITRAN de Tijucas. Durante as ações, foram apreendidos aparelhos eletrônicos e diversos objetos contendo símbolos nazistas, neonazistas e supremacistas brancos.
O material apreendido será analisado para comprovar a materialidade e autoria dos delitos, além de verificar possível envolvimento de outros indivíduos.
A operação foi coordenada pela DRRDI/DEIC e contou com o apoio da DEDIR/DEIC, DECAP/DEIC e CECOR/DEIC.