Durante a continuação do julgamento da Ação Penal 2668, sobre a suposta tentativa de golpe de Estado nesta terça-feira, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, será o primeiro a votar. Em sua manifestação, Moraes analisou questões preliminares suscitadas pelas defesas de Bolsonaro e dos demais acusados, como pedidos de nulidade da delação premiada de Mauro Cid, ex-ajudante de ordens e um dos réus, alegações de cerceamento de defesa, pedidos para retirar o caso do STF, além das solicitações de absolvição.
Foto: Wilton Junior/Estadão Conteúdo
Segundo o ministro, dizer que os oito primeiros depoimentos foram oito delações contraditórias “beira a litigância de má-fé”. “Isso foi dito reiteradamente aqui como se fosse uma verdade. Com todo respeito, beira a litigância de má-fé. Dizer que os oito primeiros depoimentos foram oito delações contraditórias”, defendeu.
O relator do caso ainda enfatizou que tais alegações ainda “beiram total desconhecimento dos autos”. “Ou beira total desconhecimento dos autos por não lerem os autos, ou beira a litigância de má-fé. Basta a leitura da colaboração premiada para verificar que, por uma estratégia de investigação – essa estratégia pode ser mais ou menos correta, mas por ela, a Polícia Federal resolveu ao invés de um grande depoimento único, resolveu fracioná-lo em oito depoimentos por serem oito fatos diversos”, declarou.
“Ressalto que a própria defesa do réu colaborador, em sustentação oral, reafirmou a total voluntariedade e regularidade da delação premiada e afastou qualquer indício de coação. Todos os depoimentos, sejam policiais, sejam judiciais, todos foram gravados. Em áudio e em vídeo. Resta, portanto, é analisar as novas alegações das defesas em relação à violação”, afirmou o ministro.
Texto: Jovem Pan