Eduardo Tagliaferro e Alexandre de Moraes Foto: Reprodução/Redes Sociais
O ex-assessor do ministro Alexandre de Moraes no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Eduardo Tagliaferro, afirmou nesta quarta-feira (3) que, enviou aos Estados Unidos documentos que mostram a ação do Judiciário contra opositores políticos. Segundo ele, novas sanções internacionais podem ser aplicadas.
– Todo o material foi encaminhado ao governo dos Estados Unidos e já está aqui em andamento no Parlamento europeu. Eu não tive resposta ainda [dos EUA]. O que eu tive de resposta é que, com base nisso, mais pessoas serão sancionadas – disse em entrevista ao Contexto Metrópoles.
Tagliaferro contou que enviou os arquivos há uma semana e chegou a conversar com integrantes do Departamento de Estado norte-americano. Na ocasião, segundo ele, foi questionado sobre quem seriam os aliados mais próximos de Moraes.
– Eu informei todas as pessoas mais próximas do ministro Alexandre de Moraes. Então seriam assessores, seriam juízes de dentro do seu gabinete – completou.
Nesta terça-feira (2), em audiência da Comissão de Segurança Pública do Senado, Tagliaferro já havia revelado que repassou documentos a autoridades dos EUA.
– Todo material apresentado a essa comissão, que eu tenho comigo, já foi entregue para as autoridades americanas para que eles tomem providências em relação ao Supremo Tribunal Federal, ao Alexandre de Moraes e a Procuradoria-Geral da República – declarou.
Na mesma sessão, Tagliaferro exibiu provas de que relatórios do TSE tiveram datas alteradas para dar aparência de legalidade a operações da Polícia Federal. O ex-assessor disse ainda que fingiu concordar com o esquema “para reunir provas”.
O depoimento gerou reação de senadores da oposição, que pediram a suspensão do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro na primeira turma do STF. Parlamentares também defenderam levar o caso a organismos internacionais e instalar uma CPI para investigar ministros do Judiciário.
Texto: Pleno News