A Promotora de Justiça Nicole Lange de Almeida Pires, do Ministério Público de Santa Catarina (MPSC), foi homenageada pela Assembleia Legislativa de Santa Catarina (ALESC) pelo trabalho à frente do Projeto Ciranda, uma iniciativa voltada à proteção integral de crianças e adolescentes no município de Itá, no Oeste do estado.
Foto: Reprodução/Divulgação
O reconhecimento partiu da organização não governamental Olho Vivo, que propôs à ALESC uma Moção de Aplauso pela contribuição significativa da promotora na garantia de direitos da infância e na transformação da rede local de proteção.
O Projeto Ciranda surgiu a partir de visitas da Promotora ao abrigo institucional da cidade, onde foi constatada a falta de informação das crianças e adolescentes sobre seus próprios processos de acolhimento, bem como a necessidade de maior integração entre os profissionais da rede de apoio.
A proposta tem três eixos principais:
Círculos de construção de paz, que promovem escuta ativa, fortalecimento de vínculos e comunicação não violenta;
Palestras educativas voltadas aos direitos da infância e juventude;
E uma história em quadrinhos lúdica, estrelada pelos personagens “Super MP” e “Catarineca”, para facilitar a compreensão dos processos jurídicos pelas crianças.
Além disso, cada criança acolhida recebe uma carta personalizada, explicando de forma simples o andamento do seu caso — uma medida que garante acesso à informação de maneira direta e acessível.
“O projeto nasceu da escuta verdadeira das crianças, da vontade de compreender suas dores e oferecer respostas mais humanas”, destaca a promotora Nicole. “Informar é empoderar. E quando as crianças, os adolescentes, os profissionais e as famílias conhecem seus direitos, a proteção se torna mais efetiva.”
Desde seu lançamento em julho, o Ciranda já promoveu capacitações para a rede, rodas de conversa em abrigos, palestras sobre tipos de violência e a entrega da primeira edição da HQ. As ações vêm sendo bem recebidas por profissionais da área, com relatos de maior articulação entre os órgãos envolvidos e melhor compreensão dos papéis institucionais.
Entre as próximas metas estão a expansão dos círculos de paz para os CRAS, a entrada do projeto nas escolas a partir de novembro, e a formação de facilitadores, para garantir a continuidade das ações nas diferentes frentes de atendimento.
O presidente da ALESC, deputado Júlio Garcia, elogiou a iniciativa, destacando seu caráter “inovador e profundamente transformador”. Para ele, o projeto representa um avanço no modo como o poder público lida com a infância em situação de vulnerabilidade.
A conciliadora Eliane Benin, que acompanhou algumas das atividades do projeto, resumiu o impacto da homenagem: “Foi um momento de emoção, sensibilidade e reconhecimento do valor humano e social de quem trabalha para transformar realidades”.
