Política

Malafaia sobre restrições impostas por Moraes: ‘Vai ter que me prender para me calar’

O pastor foi recebido por apoiadores e membros da imprensa no Aeroporto do Galeão

Por Daianny Camargo
21/08/2025 10:10:45

Agentes da Polícia Federal (PF) abordaram o pastor Silas Malafaia no Aeroporto Internacional do Galeão, no Rio de Janeiro, na noite desta quarta-feira, 20. Depois do ocorrido, o religioso falou com jornalistas e também se pronunciou nas redes sociais.

 

A operação, autorizada pelo Supremo Tribunal Federal (STF), teve como foco um mandado de busca e apreensão de celulares. O caso está inserido no inquérito que investiga suposta coação contra autoridades envolvidas no processo da “trama do golpe”, que tem Jair Bolsonaro entre os réus.

Depois de prestar depoimento, Malafaia foi recebido por apoiadores no saguão do aeroporto. Na ocasião, o pastor proferiu críticas ao ministro Alexandre de Moraes. Diante das câmeras, ele chamou o magistrado de “criminoso” e disse que tem feito denúncias há quatro anos.

“Estamos diante de um criminoso chamado Alexandre de Moraes, que venho denunciando há quatro anos em mais de 50 vídeos”, disse Malafaia. “Ele estabelece o crime de opinião no Estado Democrático de Direito. Onde é que você é proibido de conversar com alguém? Que pais é esse, que democracia é essa?”

O religioso também negou qualquer interferência nas ações do deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP). Disse que não orienta o parlamentar e que não participa de qualquer articulação com ele.

“Orientado em quê?”, interpelou o pastor. “Quem sou eu para orientar Eduardo Bolsonaro? Conversa com ele. Que conversa é essa? Estão vazando? Quer dizer que a polícia Gestapo de Alexandre de Moraes vaza as coisas antes de eu saber? Vazaram na quinta-feira e eu só soube agora. Que país é esse, que vaza conversas minhas particulares como se eu instruísse Eduardo Bolsonaro?”

Na sequência, Malafaia se referiu às publicações de Eduardo como decisões individuais. “Eu apenas comento, de vez em quando eu meto o pau: ‘tá errado, não é assim que se fala, não tem que esconder nada, tá errado’”.

No parecer enviado à Corte em 15 de agosto, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, apoiou as medidas. Ele afirmou que as provas reunidas pela PF mostram Malafaia como um “orientador e auxiliar” das supostas tentativas de obstrução conduzidas por Jair e Eduardo Bolsonaro.

Para Gonet, o conteúdo das mensagens comprova a associação entre o pastor e os dois investigados. O objetivo, segundo ele, seria “interferir ilicitamente no curso e no desfecho da Ação Penal 2668”, que trata da “trama do golpe” e tem Bolsonaro como réu.

 

 

Texto: Revista Oeste

 

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