O subprocurador-geral Lucas Furtado solicitou ao Tribunal de Contas da União (TCU) que avalie os valores movimentados pelo gabinete do presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), para apurar indícios de rachadinha, funcionários fantasmas e acumulação indevida de cargos públicos. Caso as irregularidades se confirmem, ele também pede a punição dos envolvidos por possíveis atos de improbidade administrativa e desvio de dinheiro.
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A representação foi encaminhada nesta segunda-feira (18/8), três dias após reportagem revelar que a chefe de gabinete de Hugo Motta, Ivanadja Velloso Meira Lima, detém procurações com poderes amplos para sacar salários e movimentar valores de 10 funcionários e ex-funcionários do deputado.
Ivanadja Velloso é ré por improbidade administrativa em ação do MPF sobre um esquema de rachadinha no gabinete do deputado Wilson Santiago (Republicanos-PB), aliado de Motta. Dados da Câmara indicam que ela teve autorização para movimentar mais de R$ 4,1 milhões em salários. Duas das pessoas que cederam procurações permanecem como secretários parlamentares no gabinete: Ary Gustavo Xavier Guedes Soares e Jane Costa Gorgônio.
Lucas Furtado pede que o TCU foque nas procurações cedidas a Ivanadja Velloso e verifique se as remunerações dos funcionários estão regulares, ante indícios de rachadinha, funcionários fantasmas e acumulação indevida de cargos. Ele sugere também enviar cópia da representação ao MPF para que tome providências.
No pedido, Furtado destaca que o uso de procurações para movimentar salários, sem transparência e com indícios de desvio de finalidade, compromete a integridade da gestão pública e pode configurar atos de improbidade administrativa, incluindo enriquecimento ilícito e prejuízo ao erário. Ele solicita ainda que o TCU recomende à Câmara mecanismos mais rigorosos de controle sobre a gestão de recursos públicos.
Paralelamente, o ex-deputado e ex-procurador da Lava Jato Deltan Dallagnol acionou a PGR para investigar eventuais ilegalidades de Hugo Motta e Ivanadja Velloso, solicitando documentos como fichas funcionais, espelhos de ponto e procurações firmadas em cartório, para apurar possíveis desvios de salários.
Texto: Melissa DuarteTácio LorranManuel Marçal/Metrópoles
