Uma baleia-franca foi vista enroscada em uma rede de pesca na manhã deste sábado (26), na praia do Moçambique, em Florianópolis. O animal não estava sozinho: ao seu redor, circulava um filhote, comportamento comum nesse período migratório da espécie no litoral catarinense.
Imagens: Bruno Farias, Reprodução
As imagens aéreas, feitas por drone, mostram que a rede está presa à parte frontal do corpo do animal, dificultando seus movimentos. Apesar disso, a baleia ainda consegue nadar e submergir, enquanto o filhote permanece ao seu lado.
O caso está sendo acompanhado por equipes especializadas do Instituto Australis, da R3 Animal e do Ibama. Segundo os técnicos, a situação está sob observação constante, mas as condições adversas do mar impedem qualquer tentativa segura de intervenção no momento.
Risco recorrente
Não é a primeira vez que uma baleia-franca aparece presa a apetrechos de pesca na região. Casos semelhantes têm se tornado mais frequentes ao longo dos anos, justamente em um período no qual a espécie busca águas mais calmas para reprodução.
No início do mês, uma baleia ficou presa em uma rede em Palhoça. Naquela ocasião, após avaliação das autoridades ambientais, não houve resgate imediato. Dias depois, um morador se aproximou com uma prancha e removeu a rede, o que gerou repercussão nas redes sociais e levou o Ibama a abrir investigação, já que a prática é regulamentada por normas específicas.
Preservação e protocolos
A baleia-franca está protegida por legislação ambiental e ações de manejo como o Programa de Conservação da Baleia-Franca. Intervenções como a retirada de redes só podem ser realizadas por equipes treinadas e autorizadas, com embarcações e equipamentos adequados.
O litoral catarinense é uma das áreas mais importantes do Brasil para a reprodução dessa espécie. De julho a novembro, as baleias costumam se aproximar da costa para parir e cuidar dos filhotes — o que aumenta a chance de encontros com embarcações e redes de pesca.
A orientação dos órgãos ambientais é clara: ao observar animais marinhos presos ou em situação atípica, o ideal é acionar imediatamente as autoridades competentes e evitar qualquer aproximação.