Parlamentares da oposição reagiram com indignação às medidas impostas pela Polícia Federal ao ex-presidente Jair Bolsonaro. O Supremo Tribunal Federal (STF) determinou o uso de tornozeleira eletrônica, o recolhimento noturno e a proibição de uso das redes sociais por Bolsonaro.
Segundo o deputado federal Sóstenes Cavalcante (PL-RJ), líder do partido na Câmara, não há elementos que justifiquem a decisão. Ele argumenta que as medidas configuram uma “tentativa desesperada de calar quem ainda representa milhões” de pessoas.
“Colocaram tornozeleira em Bolsonaro”, disse o parlamentar. “Mas não há crime, não há relatos, não há prova. Só há um ‘delito’: enfrentar o sistema.”
A deputada Júlia Zanatta (PL-SC) também se manifestou, associando as restrições a uma escalada autoritária do governo federal. “Ontem um pronunciamento de Lula mostrando que ele não irá retroceder em seu plano de tornar o país um pária internacional. Hoje ‘coincidentemente’ mais uma demonstração de força contra o líder de oposição”, afirmou.
Já o deputado Carlos Jordy (PL-RJ) apontou motivação política por trás das medidas do STF: “Um dia após a publicação da carta de Trump, eis que dobram a aposta”, declarou, em referência à decisão judicial.
O delegado e deputado federal Paulo Bilynskyj (PL-SP) classificou a decisão do ministro Alexandre de Moraes como “criminosa e absurda”. Para ele, “o sistema continua sua perseguição contra o maior líder da direita no hemisfério sul e tudo isso tem que acabar”.
O STF autorizou as medidas com base em parecer favorável da Procuradoria-Geral da República. Bolsonaro é investigado por suposta obstrução da Justiça, coação no curso do processo e ameaça à soberania nacional.
Texto: Luis Batistela/Oeste