(Imagem: REUTERS/Ueslei Marcelino)
O ministro da Previdência, Carlos Lupi, deixou o cargo nesta sexta-feira (2) em virtude do esquema no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) que, segundo a Polícia Federal, causou um prejuízo de R$ 6,3 bilhões a milhares de aposentados.
“Entrego, na tarde desta sexta-feira (02), a função de Ministro da Previdência Social ao Presidente Lula, a quem agradeço pela confiança e pela oportunidade. Tomo esta decisão com a certeza de que meu nome não foi citado em nenhum momento nas investigações em curso, que apuram possíveis irregularidades no INSS”, escreveu Lupi em publicação na rede social X.
O agora ex-ministro, que é presidente licenciado do PDT, vem sendo pressionado pelo escândalo dos descontos indevidos no benefício social. O líder do partido na Câmara, Mário Heringer (MG), criticou a condução do presidente Luiz Inácio Lula da Silva na crise.
Segundo ele, a demissão do chefe da pasta também poderia levar à saída da bancada da base aliada do governo.
Segundo Heringer, a demissão do chefe da pasta também poderia levar à saída da bancada da base. “Eu defendo essa posição (a saída). Minha bancada, até onde sei, todos defendem essa posição. É claro que não depende só exclusivamente de mim, mas essa é a posição que defenderei”, afirmou.
Já o líder da oposição na Câmara dos Deputados, Luciano Lorenzini Zucco (PL-RS), conhecido apenas como Zucco, afirmou hoje que irá protocolar uma representação criminal contra o ministro.
O documento aponta a falta de ação do ministro, mesmo tendo conhecimento prévio do problema, e também pede que a investigação seja remetida ao Supremo Tribunal Federal (STF), se houver indícios, além do afastamento de Lupi do cargo.
“Não lhe faltavam atribuições legais e regimentais, nem muito menos ferramentas institucionais, aptas a municiar ações de acompanhamento e controle destinadas a coibir o escândalo de descontos ilegais nas aposentadorias”, afirma Zucco.
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Problemas no INSS vira crise para o governo
Uma pesquisa AtlasIntel divulgada na última quinta-feira (1º) mostra que 85,3% dos brasileiros dizem que Lupi deveria ser demitido do cargo em virtude do escândalo com o INSS.
A ministra das Relações Institucionais, Gleisi Hoffmann, defendeu a permanência de Lupi no governo, mas afirmou que se houver algo no futuro será afastado.
Na Câmara, a pressão sobre o governo e sobre Carlos Lupi crescem. Também na quarta-feira, a oposição protocolou um requerimento pedindo a criação de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar as fraudes.
Cabe ao presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), abrir ou não a CPI.
Em audiência na Câmara na última terça-feira (29), o ministro Lupi se defendeu e disse que não houve ações sobre as fraudes agora sob investigação em governos passados e afirmou que já está aparecendo quem são os mentores.
Com onformações do site MoneyTimes