Um escândalo veio à tona em Bombinhas, onde se descobriu que apenas 1% do valor total da Taxa de Preservação Ambiental (TPA) foi utilizado para a preservação do meio ambiente. De acordo com dados revelados pelo deputado estadual Ivan Naatz (PL), entre os anos de 2015 e abril de 2024, a TPA arrecadou uma soma impressionante de R$ 108,5 milhões. No entanto, desse montante, apenas uma fração, equivalente a 1%, foi direcionada para projetos ambientais, segundo o deputado.
Segundo Naatz, essa situação representa uma "roubalheira clara" sobre a história da TPA em Bombinhas. Enquanto a lei municipal que criou o pedágio, cobrado desde 2014, previa que a maior parte dos recursos deveria ser destinada a projetos e ações ambientais, a realidade mostra uma distribuição completamente diferente. Cerca de 70% dos recursos arrecadados, ou seja, aproximadamente R$ 75,4 milhões, foram repassados para três empresas que operam o sistema, incluindo serviços de limpeza pública.
Essas empresas, apontadas pelo parlamentar como parceiras da administração municipal, têm visto um aumento significativo em seus faturamentos desde a implementação do sistema. Naatz, autor da PEC dos Pedágios Urbanos, está determinado a acabar com essa prática. Sua proposta proíbe a cobrança de taxas que limitem o tráfego de pessoas ou bens, incluindo a Taxa de Preservação Ambiental, em todos os municípios catarinenses.
Apesar da promulgação da nova lei pelo parlamento estadual e da recomendação do Ministério Público para a suspensão da TPA de Bombinhas, a administração municipal continua mantendo a cobrança. Este caso evidencia não apenas um esquema de fraude e corrupção, mas também interesses políticos obscuros por trás do que deveria ser um fundo destinado à preservação ambiental.