Depoimentos das testemunhas e à decisão do juiz Eduardo Passold Reis, que converteu a prisão em flagrante de Gleidson Tiago da Cruz em prisão preventiva, foram divulgadas pelo jornal O Município nesta quarta-feira. Gleidson é o autor do homicídio contra um morador de rua identificado como Geovane Ferreira da Silva, de 29 anos, ocorrido na frente do Supermercado Giassi em Blumenau, na sexta-feira.

O depoimento de três testemunhas do incidente está registrado no documento e foi considerado pelo juiz.

• O primeiro depoimento é de um funcionário do supermercado que relatou ter ouvido gritos na parte externa do estabelecimento. Quando chegou ao local, viu o autor aplicando golpes de faca no peito da vítima. Ele segurou Gleidson até a chegada da Polícia Militar.

• A segunda testemunha, um homem que estava no supermercado para fazer uma refeição, saiu do estabelecimento e encontrou Geovane caído no chão com a faca cravada no peito. Ele não viu o momento do esfaqueamento.

• A terceira testemunha, uma mulher que estava na porta do supermercado, relatou que viu Gleidson golpear a vítima com uma faca, mas não soube informar a motivação do crime.

De acordo com a versão da defesa de Gleidson, o homicídio ocorreu após uma discussão entre o autor e a vítima, um vendedor ambulante. A discussão teria começado devido a um desrespeito da vítima, seguido de uma ameaça à integridade física da filha menor de idade do autor. Segundo a defesa, a vítima proferiu ofensas e ameaças, o que levou a uma luta corporal em que Gleidson desarmou Geovane e usou a faca no homicídio.

No entanto, o juiz, em sua decisão, afirma que é "inviável dizer que o indiciado agiu em legítima defesa" com base nas informações disponíveis até o momento. O magistrado considerou que o crime foi violento e cruel, com a vítima sendo atingida por pelo menos quinze golpes de faca. O juiz concluiu que o desdobramento do incidente foi desproporcional ao contexto relatado e extrapolou os limites da legítima defesa.

Além disso, novas imagens mostram que Geovane teria sido esfaqueado pelas costas e que o ataque continuou mesmo após ele cair no chão. Geovane foi encontrado sem vida pelos socorristas, enquanto Gleidson esperou no local até a chegada da polícia. A filha de Gleidson, com pouco mais de 2 anos, teria assistido ao crime.