Em resposta a uma solicitação da Procuradoria-Geral da República (PGR), o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, ordenou que a Polícia Federal (PF) procedesse com a investigação das doações no valor de aproximadamente R$ 17,2 milhões recebidas via Pix pelo ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
A decisão ocorreu na segunda-feira (6).
A PGR considerou a análise do caso pela PF "relevante" para verificar se as informações fornecidas na representação estão diretamente relacionadas ao objeto da investigação em questão.
A representação foi apresentada pelos senadores Randolfe Rodrigues (Rede-AP), Fabiano Contarato (PT-ES) e Jorge Kajuru (PSB-GO), juntamente com a deputada federal Jandira Feghali (PC do B-RJ).
Ambos alegam que as doações recebidas por Bolsonaro estão ligadas intimamente ao seu cargo público anterior e destacam que o Pix foi utilizado como ferramenta de financiamento de atividades que desafiaram a ordem democrática.
Além disso, apontam que a maioria dos doadores também está sendo investigada por atividades que supostamente ameaçam a ordem democrática. Como resultado, eles solicitam uma investigação detalhada das movimentações financeiras para revelar e desmantelar atividades semelhantes.
Os congressistas pedem que este caso seja incluído no inquérito em andamento no STF sobre milícias digitais, que está sob a relatoria do ministro Alexandre de Moraes.
Em junho, apoiadores de Bolsonaro conduziram uma campanha de captação de recursos via Pix para o ex-presidente, totalizando R$ 17,2 milhões.
O subprocurador-geral da República, Carlos Frederico Santos, destacou a importância de analisar as doações para determinar se os doadores estão de alguma forma envolvidos na investigação sobre milícias digitais em que Bolsonaro é alvo.
“Em especial se as transações atípicas, noticiadas pelo Coaf [Conselho de Controle de Atividades Financeiras] à mencionada CPMI [do 8 de Janeiro], foram realizadas por doadores envolvidos na organização criminosa investigada nestes autos”, disse no parecer.
Fonte: Novo BSM