Política

Por suposta espionagem de celulares, PF prende servidores da Abin

As informações apuradas sugerem que eles teriam usado seu conhecimento a respeito do uso ilícito

Por Redação A
21/10/2023 10:31:53

Foto: Divulgação/Internet 

A Polícia Federal (PF) deu início à Operação Última Milha, nesta sexta-feira (20), visando a apuração do uso irregular do sistema de geolocalização de dispositivos móveis por parte de servidores da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), sem a devida autorização judicial. Segundo o portal Metrópoles, eles executaram dois mandados de prisão e 25 mandados de busca e apreensão, todos expedidos pelo Supremo Tribunal Federal (STF).

De acordo com os resultados das investigações, o sistema de geolocalização utilizado pela Abin é um software que se infiltrou na infraestrutura crítica da telefonia brasileira. A rede de telefonia teria sido alvo de múltiplos ataques, utilizando um serviço adquirido com recursos públicos.

Em março, a PF deu início a um inquérito para apurar alegações de que a Abin teria monitorado os celulares de inúmeros cidadãos brasileiros durante os três primeiros anos da gestão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O escândalo foi originalmente revelado pelo jornal O Globo.

Segundo informações da agência, o contrato para a utilização do software de geolocalização teve início no final de 2018, ainda sob o governo de Michel Temer, e foi encerrado em 8 de maio de 2021. O programa em questão, denominado FirstMile, foi adquirido por R$ 5,7 milhões da empresa israelense Cognyte, mediante dispensa de licitação.

Dentre os alvos que supostamente foram monitorados, destacam-se jornalistas, políticos e críticos da administração de Jair Bolsonaro (PL). Eles identificaram Rodrigo Colli, um profissional da área de contrainteligência cibernética da Abin, como um dos detidos. O outro indivíduo é Eduardo Arthur Izycki, oficial de inteligência. As ações se estendem pelos estados de São Paulo, Santa Catarina, Paraná, Goiás e o Distrito Federal.

As informações apuradas sugerem que eles teriam usado seu conhecimento a respeito do uso ilícito do sistema como meio de coerção indireta para evitar a demissão.

Os indivíduos sob investigação podem vir a responder por crimes como invasão de dispositivos informáticos alheios, participação em organização criminosa e interceptação de comunicações telefônicas, de dados ou telemáticas, tudo sem a devida autorização judicial e em desacordo com a legislação.

 

FONTE: NOVO BSM 

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