A cotação do cacau atingiu um novo recorde de US$ 3.874 por tonelada em setembro, o maior preço em quase 50 anos. Isso representa um aumento de 53% em relação ao preço de US$ 2.095 por tonelada há um ano. Vários fatores contribuíram para esse aumento, incluindo maior demanda, problemas na oferta devido a condições climáticas adversas e baixos estoques.
Além do cacau, o açúcar também viu um aumento de preços nos últimos doze meses, subindo 44%, de US$ 18,2 por libra-peso para US$ 26,95 por libra-peso.
As fabricantes de chocolates estão repassando esses aumentos de preços para seus produtos, resultando em um aumento médio de 13,3% nos preços dos chocolates na Europa e 20,7% nos EUA no primeiro semestre de 2023 em comparação com o mesmo período de 2021.
Apesar dos aumentos de preço, as empresas de chocolates, como Mondelez e Hershey's, estão relatando crescimento nas receitas e lucros. A expectativa é que a demanda continue alta no segundo semestre e que os consumidores absorvam os aumentos de preços, o que é positivo para as empresas do setor.
No entanto, as fabricantes podem considerar estratégias alternativas, como redução do tamanho dos produtos ou aumento de estoques, se os aumentos de preços afetarem negativamente as vendas.
A menor oferta de cacau foi causada por chuvas na África Ocidental, que afetaram a produção da safra 2022/23 nos principais países exportadores, Costa do Marfim e Gana. A Organização Internacional do Cacau (ICO) estima um déficit de cerca de 142 mil toneladas, o que deve levar a novos aumentos de preços.
Apesar de uma correção nos preços ter começado, a tendência continua altista, e os analistas acreditam que um nível alto, porém aceitável para os consumidores, é provável no futuro. O pior cenário é previsto para 2024, dependendo de vários fatores, como a demanda e as condições climáticas.