Um escândalo de corrupção que veio à tona em setembro de 2019 chocou a comunidade de Tijucas e abalou a política local. Naquela época, o então secretário de educação, Elói Mariano Rocha, conhecido como professor Elói, foi denunciado por um desvio de merenda escolar que totalizou mais de 13 mil quilos. Os detalhes chocantes deste caso de improbidade administrativa vieram à tona durante o processo judicial que resultou em sua condenação.
A Juíza Munike Silva Póvoas Nogueira emitiu uma sentença que reconheceu o ato de improbidade administrativa e determinou que os envolvidos ressarcissem o erário municipal no montante de R$ 27.422,90, em 2020. Este valor seria corrigido pelo INPC desde 01/03/2002 até o efetivo pagamento, acrescido de juros de mora de 1% ao mês desde a notificação dos réus. Considerando as correções, a condenação ultrapassou a marca de 250 mil reais. Além disso, a decisão previa a inscrição do nome de Elói Mariano Rocha no Cadastro Nacional de Condenações Cíveis por Atos de Improbidade Administrativa e Inelegibilidade, do Conselho Nacional de Justiça, após o trânsito em julgado.
Uma reviravolta neste caso foi a decisão de recorrer para a segunda instância em vez de aceitar a condenação da juíza. Esse movimento, visto por muitos como uma tentativa de assegurar sua candidatura à reeleição em 2020.
O desvio da merenda escolar, que ocorreu em 1996, há exatos 27 anos, ganhou relevância devido à trajetória política de Elói Mariano Rocha. O ex-secretário, anteriormente indiciado pelo desvio, tornou-se prefeito e usou o nome de "professor Elói" como um trunfo em sua campanha eleitoral.
Além disso, surgiram alegações de que a merenda escolar desviada foi utilizada para fins eleitoreiros, incluindo a compra de votos por meio da distribuição de cestas básicas, de acordo com informações do próprio processo.
O assunto voltou aos jornais após o atual prefeito de Tijucas ser erroneamente declarado como morto em um despacho incomum no Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJ-SC).
O desembargador Jaime Ramos, relator do caso, solicitou à defesa de Rocha que apresentasse um atestado de óbito para comprovar sua morte, apesar de o prefeito estar vivo. A confusão surgiu devido a uma má interpretação do desembargador, que aparentemente confundiu o prefeito com Ivânia Lemos Freitas, ex-secretária de Educação de Tijucas na década de 1990, cuja morte foi informada no processo.