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O papel da reconstrução mamária no tratamento do câncer de mama

De acordo com especialista do HSJ de Tijucas, o câncer de mama não tem uma causa única

Por Redação A
18/10/2021 19:12:34

Foto: Ilustrativa

De acordo com especialista do Hospital São José, de Tijucas, o câncer de mama não tem uma causa única e pode ser incitado por um acúmulo de fatores de risco. Devido ao modo agressivo em que o câncer de mama se manifesta, os impactos físicos e emocionais nas pacientes acometidas são grandes. Com o progresso de tecnologias voltadas ao tratamento e diagnóstico, estas repercussões estão sendo gradativamente aliviadas, tornando a qualidade de vida das vítimas desta doença cada vez melhor. Dados do Instituto Nacional de Câncer (INCA) apontam que, em 2020, foram registrados cerca de 67 mil casos associados ao câncer de mama. Este valor contabilizou 29,7% de todas as neoplasias (tumor que causa crescimento irregular de células) que afetam a população feminina no país.

A doença surge a partir de uma mutação genética, ou seja, de uma alteração no DNA da célula, que passa a funcionar de maneira errada no órgão. Com isso, ocorre uma multiplicação desordenada de células anormais na mama, que forma um tumor com potencial de invadir outros órgãos. De acordo com o Dr. Guilherme Gamba, mastologista do Hospital São José, de Tijucas, o câncer de mama não tem uma causa única e pode ser incitado por um acúmulo de fatores de risco. “Diversos motivos colaboram para o aumento do risco de desenvolver a doença como idade, fatores endócrinos/história reprodutiva, variáveis comportamentais/ambientais e aspectos genéticos/hereditários”, adiciona. Por isso, o agendamento de consultas periódicas com um especialista é essencial para garantir um diagnóstico precoce.

O tratamento e a relevância da reconstrução estética

O tumor se manifesta de maneira ágil e hostil nas mulheres e, por isso, todos os quadros carecem de intervenção cirúrgica, com a remoção das regiões afetadas, visando impedir que a doença se espalhe. Para aquelas que passaram pela retirada da mama, as repercussões físicas e mentais deixadas pelo procedimento são grandes, o que ressalta a relevância de recursos pós-tratamento que contribuem para o bem-estar das mulheres que enfrentaram a doença com êxito.

Segundo o Ministério da Saúde, a chamada oncoplastia (cirurgia plástica quando aplicada no tratamento do câncer), começou a ser realizada no Brasil na década de 80 e, até então, as vítimas deste tumor tinham que conviver com as sequelas físicas deixadas pelo procedimento invasivo de retirada. A adoção deste recurso como parte do processo de reabilitação das pacientes possibilitou que a área afetada pelo tratamento cirúrgico fosse reconstruída, contribuindo para uma melhora na qualidade de vida.

“Quando a paciente é submetida à retirada completa da mama, existe a Lei nº 9.797, de 5/5/1999, que reforça a obrigatoriedade da cirurgia plástica reparadora da mama nos casos de mutilação decorrentes de tratamento de câncer. Então, toda paciente tem o direito e poderia ser submetida a uma reconstrução, porém nem todas são elegíveis para o procedimento imediato”, adiciona.

Segundo o Dr. Gamba, cada quadro deve ser individualizado mas, de maneira geral, as contraindicações para a reconstrução imediata (importante ressaltar que é imediata) são: pacientes com risco cirúrgico muito alto, que apresentam lesões extensas na mama necessitando de ressecção ampla da pele ou em situações em que a pele não possa ser usada devido a acometimento ou infecção ativa.  Fatores que podem dificultar a cicatrização e aumentam o risco de perda da reconstrução são: tabagismo, obesidade, diabetes, hipertensão, idade avançada, radioterapia prévia, entre outros.

Em que momento deve ser feita?

De acordo com o especialista, a reconstrução pode ser imediata, na mesma cirurgia da retirada do tumor, ou pode ser tardia, em outro tempo após o tratamento. “De maneira geral damos preferência à reconstrução no momento da mastectomia, assim evitamos que a paciente passe por um novo procedimento e podemos diminuir o dano psicológico da cirurgia de retirada da mama. Além disso, a reconstrução imediata é tecnicamente mais fácil do que a tardia, por haver menos fibrose cicatricial e os contornos das mamas estarem preservados. A reconstrução tardia fica para os casos em que no momento da mastectomia não foi possível realizá-la. Normalmente, aguardamos o término dos tratamentos adjuvantes para realizar o procedimento”, ressalta.

Como se dá o procedimento?

Existem múltiplas técnicas para abordar o câncer de mama em pacientes que tiveram suas mamas retiradas. Pode-se fazer a reconstrução com próteses de silicone ou com retalhos musculocutaneos. Já em pacientes que passaram por uma cirurgia conservadora, é possível utilizar algumas técnicas para diminuir o defeito cirúrgico como rotação de retalhos dermo cutâneos, lipofilling (injeção de gordura na área do defeito cirúrgico) e, em casos de mama de grandes volumes, pode-se realizar a simetrização da mama para que ambas fiquem com um tamanho similar.

“A reconstrução do bico do peito pode ser realizada em pacientes que tiveram que tirar a região devido a acometimento tumoral. Logo após a cicatrização, podemos fazer a tatuagem para deixar a coloração parecida”, finaliza.

Ao todo, são diversos recursos tecnológicos que contribuem para o bem-estar das pacientes que tiveram que passar por este difícil tratamento. Felizmente, o progresso no universo da oncologia está caminhando de maneira cada vez mais ágil, tornando a vida destas pacientes gradativamente melhor com novas aparelhagens, protocolos e procedimentos que atenuam as repercussões desta doença.

 

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