Foto: Ilustrativa/Divulgação
O conflito no ambiente Universitário é evidente, qual seria a causa? A causa é notória e talvez alguns Professores e alunos não tenham despertado para a realidade de que a hegemonia ideológica dentro do ambiente universitário já não existe há algum tempo.
Ignorar tal fato só faz com que dentro da cátedra crie-se clima de hostilidade para aqueles que não pensem conforme a antiga hegemonia. Principalmente, nas áreas de humanas, passando pela Sociologia, Antropologia, História, Filosofia, Ciências Políticas, chegando ao Direito.
Vários são os momentos nos quais os alunos ou "esquerdizam" o posicionamento ou são atacados, via deboche ou convites para que saiam da universidade. Em cursos de Direito, melhor dizendo, ciências jurídicas e sociais, é alegado que não há este tipo de conflito e descriminação ideológica.
Surpreendente, uma vez que é visível que o campo jurídico é totalmente ligado ao ideológico político, imaginar que tudo que se busca nada mais é do que uma visão técnica é uma utopia tecnocrática que nem mesmo Auguste Comte nos dias de hoje seria capaz de conceber, ou pior seria uma hipocrisia.
Ironicamente, universidades particulares que não gozam do mesmo conforto das universidades federais, que chova ou faça sol recebem as verbas que mantem os cursos e salários dos professores, criam o clima discriminatório aos alunos que custeiam a existência delas, através do pagamento das mensalidades.
Seria satírico o tratamento discriminatório aos que não se alinham a antiga predominância ideológica, uma vez que muitas universidades particulares, tem sua captação econômica semelhante à de qualquer outra empresa, ou seja, oferecem/vendem um bem ou serviço, neste caso educação superior, e um bom integrante do mercado não deve hostilizar uma parte de sua clientela.
É imperativo que universidades particulares tomem ciência de que os tempos mudaram e que o pluralismo não deve ser um discurso sofista, mas uma prática real inclusive no trato com os alunos, para que se alcance o que tanto se prega em termos de democracia: a construção de uma sociedade justa e fraterna, começando no ambiente universitário.